Seine Fiktion offenbarte einen aggressiven, spektakulären und performativen Schriftsteller, jemanden, der gleichzeitig zum meistgehassten und meistgeliebten österreichischen Künstler seiner Zeit werden sollte.
Die Hauptachse seiner genialen Provokationen in der Literatur und im Drama ist die obsessive und hartnäckige Erinnerung daran, dass Österreich den Nationalsozialismus in den sieben Jahren unter deutscher Herrschaft freudig angenommen hatte, in einer Kooptation, die das Land anschließend vergessen sollte, indem es eine moralische Fantasie seiner eigenen Vergangenheit schuf. Dieser kollektiven Amnesie widmete Bernhard fast jede Zeile, die er schrieb. Was nur lokalpolitische Pamphletkunst hätte sein können, wurde in seinen Händen zu einer unausweichlichen literarischen Stimme eines transzendentalen und transnationalen Pessimismus.
Seine Sprache ist, Satz für Satz, eine unmittelbare, sich wiederholende und unablässige Vergegenwärtigung einer überwältigenden und nicht wiedergutzumachenden Katastrophe, in einer schrecklichen Art zirkulärer Prophezeiung, die sich selbst erfüllt. Gleichzeitig ist sein Text unwiderstehlich und herausfordernd, indem er die Grenzen des Komischen und Tragischen überschreitet, ohne sich jemals dem Komfort des postmodernen Relativismus zu ergeben.
Cristovão Tezza: »Sobre a literatura de Thomas Bernhard«, in: O artista do exagero: a literatura de Thomas Bernhard, hg. von Matthias Konzett, übers. von Ruth Bohunovsky, Curitiba: Editora UFPR 2014, n. p. (Übers. L. A. P.).
Zitate im Original
»Sua ficção revelava um escritor agressivo, espetacular e performático, alguém que se tornaria simultaneamente o mais odiado e mais amado artista austríaco de seu tempo.
O eixo principal de suas provocações de gênio, na literatura e na dramaturgia, está na lembrança obsessiva e obstinada de que a Áustria havia abraçado prazerosamente o nazismo, durante os sete anos em que esteve sob dominação alemã, numa cooptação que o país esqueceria em seguida, criando uma fantasia moral de seu próprio passado. Contra esta amnésia coletiva, Bernhard dedicou quase que cada uma das linhas que escreveu. Mas, o que poderia ter sido apenas uma arte panfletária politicamente localizada, nas suas mãos se tornou uma voz literária incontornável, de um pessimismo transcendente e transnacional.
Sua linguagem é, frase a frase, uma constatação instantânea, repetitiva e permanente de um desastre avassalador e irredimível, numa espécie terrível de profecia circular que se autorrealiza. Ao mesmo tempo, seu texto é irresistível, desafiando os limites do cômico e do trágico sem jamais se entregar ao conforto do relativismo pós-moderno.« (Tezza 2014, n. p.)